A
língua que ela usou com ele já morreu, é estéril, não gerará frutos, não
respirará oxigênio. A língua dos sentidos dela é morta. Ele não ouviu, corria
um rio ao lado de seus ouvidos e foi mais atrativo que a terra seca e rachada
que ela apresentava. Terra sem adubo que morreu, língua morta, sem sentido. Não
importa se latim ou grego antigo – ou o mais perfeitos dos francês Balzac – não
ecoou. Soou a enunciação e não bateu na carne, ressoa no vácuo. Era a árvore
que não caiu na não-floresta porque ninguém não viu. Ela partiu e ficou umas
palavras mais muda – as palavras se enterraram na terra e sementaram macieiras
silenciosas. Em cada maçã uma palavra dela, morta como um verme partido ao
meio. A língua dela era semente morta. A macieira não existe. O não-ouvinte não
existe. A língua dela é morta e não existe, pois ela é morta e não existe, pois
ela fui eu quem criei para chorar o meu silêncio.
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