não chora por dentro hoje feito
máscara de vidro toda a água
que não brota e que teria
em outras existências
inundado a casa e salgado a comida
e afogado nossos corpos hoje se esconde
em duras urnas te peço não derrama
adentro sem olhar meu rosto só
o teto que não é o teto em teus olhos
mortos como um abajur
um travesseiro um saco plástico
não derrama a água que não molha
e me inunda enquanto viro lençóis, enrolando um todo
de corpos que é o teu e o meu e os nossos mortos
que hoje não grito hoje não digo guias
de como tudo deveria ser e como é ruim
ser tudo que se é hoje eu me esqueço
e sou só corpo sem baixar de olhos nada
sem silêncios: puros
sejamos nós acordados e secos
sorrisos de nó
na garganta