A bebida é a desculpa para
se agir verdadeiramente como se quer agir.
Desconfio de quem bebe porque
precisa, são perigosos.
Prefiro quem bebe porque gosta: hábito menos tirano.
Ninguém precisa de álcool, assim como ninguém precisa de amor, mas ambos
funcionam que é uma beleza contra o vazio existencial.
Só que a bebida às vezes
mata o amor.
E às vezes torna-o mais intenso do que seria no seco.
Injusto é associar bebida à jovialidade, ela, tão envelhecida.
Não
há nada jovem em beber, a diferença é que talvez jovens pareçam mais felizes
quando o fazem.
Eles bebem para comemorar algo invisível ou afogar mágoas
ínfimas.
A velhice bebe para esquecer, até mesmo de que é velha.
Eu só bebi
porque parecia bom beber.
Percebi há muito tempo que a bebida não cura meu
vazio, apenas molha.
Então se bebo é sem solução.
Gosto da sobriedade
geralmente porque nela eu vivo autêntica a minha falta de controle.
Não aceito
ser controlada por nada – amor, bebida, medos – meu descontrole é meu e por
mim.
E se mantém.
Beber e cheirar o mundo, vem desde os gregos, além de mitos - que são verdades, o que hoje é o homem, construiu um mundo, sob esse jugo.
ResponderExcluirBom fim de semana