Uma
e doze. Meu rosto junto ao meu entorno são iluminados pela luminária quebrada
que se apóia na cama. O resto do quarto se lambe nesse escuro incompleto. Não
quero dormir, encontrei mais um monte de músicas tristes em minhas pesquisas. Não quero
dormir, e perder essa madrugada. Mesmo que eu acordasse e ainda fosse noite,
ela seria outra, mais lúcida e menos viva. Eu quero assim: madrugada de noite
cansada. Vou ficar aqui ouvindo essas músicas de vozes suaves e tristes, às
vezes diluídas e escondidas na melodia, só de estar aqui tudo é melancolia, e
eu a abraço com toda a força de meu sussurro. Há algo que nunca se cura – e nem
desejo curar – que encontro nessas noites. As vozes deles não me deixam estar
de todo sozinha, mesmo quando estou no mais fundo de mim, de onde mal cabe a
escada de volta. Eles me puxam o olhar – quase que esqueci de checar o
invisível de novo – há tantos solitários acumulando pó nos sapatos.
Existe em ti, como na tua poesia ou texto poético, uma excelência que cabe em ti mesma, tu sabe, tu pisa em tua própria porcelana, tu vê tua imagem em todas as coisas e eu acho isso maravilhoso, esse meu comentário é de pleno agradecimento.
ResponderExcluirmerci