domingo, 8 de outubro de 2017

casa fechada

peço abrigo ao gelo

se ao abrirmos as portas

erramos o cálculo

ruínas as bombas

na sala de estar


se abrimos a porta

ao vento que entrava

mas veio a sujeira

limpamos o crime

varremos a sala

e pedimos abrigo

a algo finito


se fomos muito quentes

a escancarar a casa

somos quentes ainda

sufocando a mágoa

esse vento irrompido

em janelas ocultas

pedimos abrigo

e não há o que abrigue


o gelo acusa todos acusam

todos acusam queimarmos demais


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