sexta-feira, 2 de agosto de 2019

exílio

a amada me embala a cama

onde o corpo se enovela em fuga 

da frieza das paredes

estou bem no meio e tenho medo 

de escapar desta manta

oscilo os ombros na movência

de minha pele em suas mãos

sem pele

que embalam


criada a redoma encubro os dedos

em seu colo 

e com os olhos guardamos

o alicerce da casa

ninguém ameaça -- andamos reclusas

ela me despe da blusa

e dos males do mundo



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