sexta-feira, 20 de setembro de 2019

começo da noite

não aprendi a dobrar o corpo com cuidado

amasso-o 

até caber no próprio embrulho

como um nó


as pernas perdem espaço

surge um tombo sem barulho

acolchoado no tecido


os cabelos se enroscam

nos sapatos

não sei desatar

meus medos da ponta

dos dedos enroscados 

ao chão


o assoalho é o portal

do fim do dia

o corpo fundido

teias tecidos peles

frizz e tédios

maçaroca indiscernível




Nenhum comentário:

Postar um comentário